MoteLx «encerrou» as portas…

… Neste ano de 2022 anteontem, 12 de Setembro, tendo-as aberto no dia 6. E esse encerramento fez-se com o anúncio das (cinco) obras vencedoras da 16ª edição do Festival Internacional de Cinema de Terror de Lisboa, iniciativa que decorreu como habitualmente no Cinema São Jorge. Os directores artísticos João Monteiro e Pedro Souto destacaram os «10 dias incríveis» com «mais de 100 filmes, 70 sessões e centenas de horas de convívio cinéfilo que tanta falta nos fez nestes últimos dois anos».

«Speak No Evil», do realizador dinamarquês Christian Tafdrup, ganhou o Prémio Méliès d’Argent para a «Melhor Longa Europeia 2022». O júri composto pela jornalista (e autora e radialista Ana Markl), a gestora Sélina Boye e o músico Tó Trips escolheu aquela obra «pela sublime forma como gere a tensão e toca nas feridas da hipocrisia das relações sociais», e deixa um alerta: «Pensem duas vezes antes de fazer novos amigos.» «Censor of Dreams», de Léo Berne e Raphaël Rodriguez, conquistou o Prémio Méliès d’Argent para a «Melhor Curta Europeia 2022», por, segundo o júri formado pela jornalista (e pivô) Maria João Rosa, a artista Surma e o programador (e comissário e editor) Tiago Bartolomeu Costa, resumir «as ideias essenciais deste género, intuitivo, questionador, avassaladoramente desafiante, sobre a condição humana e o quotidiano». O mesmo júri atribuiu, após avaliar 12 trabalhos em competição: o Prémio SCML MoteLx para a «Melhor Curta Portuguesa 2022» – considerada pela organização do festival «a maior distinção concedida em Portugal para curtas-metragens» devido ao valor monetário de cinco mil euros, verba providenciada através do patrocínio da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa que, este ano, empresta o seu nome ao prémio – a «Vórtice», de Guilherme Branquinho, por transportar o espectador «numa viagem, da qual não consegue escapar do princípio ao fim, uma das coisas mais difíceis de conseguir num filme e um dos principais objectivos a atingir no género a que este festival se dedica»; e uma «Menção Especial» a «Reverso», de André Szankowski, com argumento e interpretação de Afonso Pimentel. Já o júri constituído pela criadora (e realizadora) Ana Correia (aka Peperan), o guionista (e actor) André Mariño e o DJ (e actor) Kiko is Hot entregou o Prémio MicroCurtas a «O Fantasma da Minha Infância», de Carolina Aguiar, Francisco Magalhães e Pedro de Aires, porque «foi a que conseguiu encaixar uma narrativa abstracta com a instalação de medo e, acima de tudo, uma conexão emocional». Enfim, os espectadores do MOTELX votaram em «Deadstream», realizado por Joseph Winter e Vanessa Winter, como vencedor do Prémio do Público.

É de notar que estava prevista a presença de Dario Argento nesta edição de 2022 do MoteLx, mas, «infelizmente, e por motivos de força maior», o mestre do terror italiano não pôde comparecer. Assim, e compreensivelmente, foi cancelada a «masterclass» que ele iria ministrar, anteriormente anunciada para o dia 8 de Setembro, às 19h00, no Teatro São Luiz. Porém, concretizou-se a projecção, naquela data e às 21.20 no Cinema São Jorge, de «Occhiali Neri», o mais recente filme do realizador transalpino, apresentado previamente por Ilenia Pastorelli, actriz principal daquele. O MoteLx voltará a abrir as portas, para a sua 17ª edição, entre 12 e 18 de Setembro de 2023.

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