A detecção de metano na atmosfera de Marte, já anunciada nos meios científicos há algum tempo, foi agora confirmada por observações realizadas por um dos instrumentos a bordo da sonda europeia Mars Express, em órbita do planeta vermelho desde o início do ano. Embora as quantidades observadas sejam ínfimas, a presença deste gás abre perspectivas aliciantes, já que nas actuais condições marcianas o metano não é estável. As fontes admitidas como possíveis são duas: vulcanismo, ou vida microbiana.
Embora se saiba que existem em Marte escoadas de lava bastante recentes, não se observou ainda real actividade vulcânica, mesmo que sob a forma de fumarolas, por exemplo. Este facto não quer dizer que ela não exista, já que a resolução necessária para a detectar, quer visualmente quer por outro instrumento, é maior do que a disponível. Por outro lado, se ela existir implica uma libertação de calor que pode, localmente, criar condições favoráveis à existência de vida…
Mas se não ocorrer presentemente nenhuma forma de actividade vulcânica em Marte, então será de admitir que algures no planeta vermelho existem micro-organismos capazes de produzirem o composto agora detectado – tal como, aliás, existem na Terra…