As histórias de vampiros sempre se deram bem com as latitudes elevadas (sejam Norte ou Sul). O raciocínio é óbvio. Durante o Inverno as longas noites permitem aos vampiros fazer uma vida mais normal. Claro que os Verões são um problema e os crepúsculos prolongados das latitudes elevadas também não ajudam, mas no Verão pode imigra-se para o outro hemisfério, imagino eu.
O filme “Let the Right One In” joga imenso com esse conceito. Passado algures numa latitude elevada a maior parte do tempo é noite e assim podemos ter mais acção (e muito mais neve).
O assunto? Vampiros, claro, e o amor entre os vampiros e os não vampiros, assunto que não se pode dizer ser pouco explorado.
Alguma pornografia infantil light (que se calhar não passava tão despercebida num filme para um público mais alargado), uma mulher mais velha que explora sexual e criminalmente uma criança (e um homem) e de como o amor pode levar a fazer os sacrifícios mais horrendos. E de como se cai nessa almadilha. E de como eu jogo aqui com as palavras para criar suspense e não contar nada de jeito.
Dito isto tenho de acrescentar que o filme revela alguma sensibilidade e até verosimilidade no tratamento dos assuntos. O fim só será surpresa para alguns e outros até nem vão perceber completamente a implicação. Façam o favor de lhes explicar.
O realizador e os actores são perfeitos, para o meu grau de exigência. O filme vê-se muito bem.
José Simões
detalhes (não veja, para não estragar o suspense)
remake (previsto fins de 2010) (não veja, para não estragar o suspense)