Há exactamente uma década, a 30 de Novembro de 2012, a antologia de contos de ficção científica e fantástico «Mensageiros das Estrelas» teve a sua primeira apresentação. Foi na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, aquando do segundo colóquio com o mesmo nome, uma iniciativa organizada pelo Centro de Estudos Anglísticos daquela universidade.
Porque fui convidado a participar enquanto orador no primeiro colóquio, em 2010, ocorreu-me propor ao CEA como agradecimento a realização de uma colectânea colectiva que reflectisse o âmbito do evento, e que servisse de «amostra» do talento e da diversidade dos autores nacionais de FC & F. Eu fui um desses autores, e convidei a juntarem-se-me Ana Cristina Luz, António de Macedo, António Pedro Saraiva, Cristina Flora, Isabel Cristina Pires, João Afonso Machado, João Seixas, José António Barreiros, Luísa Marques da Silva, Luís Filipe Silva, Maria de Menezes, Miguel Garcia, Nuno Fonseca, Ozias Filho, Pedro Manuel Calvete, Sacha Andrade Ramos e Sérgio Franclim. Foram co-organizadores Adelaide Meira Serras e Duarte Patarra, e a publicação foi assegurada pela Fronteira do Caos, que antes, ainda em 2012, editara o meu livro «Um Novo Portugal – Ideias de, e para, um País». O excelente – e mesmo extraordinário – trabalho de desenho e de paginação do livro esteve a cargo de Pedro Piedade Marques, que já colaborara comigo em «Poemas» de Alfred Tennyson e em «Um Novo Portugal». E foi por causa de PPM que «Mensageiros das Estrelas» foi mostrada na Amazing Stories, como um dos exemplos da sua criatividade e capacidade, a propósito de uma entrevista a ele feita, e incluída numa edição (digital) de 2015 daquela histórica revista. Dois anos depois, «MdE» apareceu numa outra revista histórica da especialidade, a Locus, como uma das ilustrações de um artigo de Luís Filipe Silva sobre a FC & F em Portugal.
A seguir à primeira apresentação em Lisboa, e no que foi outro momento muito especial, «Mensageiros das Estrelas» teve a sua segunda apresentação: foi na Cidade Invicta, no cinema Rivoli, aquando da edição de 2013 do Festival Internacional de Cinema do Porto; a co-fundadora e co-organizadora do FantasPorto, Beatriz Pacheco Pereira, deu as boas vindas a mim e a Ana Cristina Luz, representando os autores, e ainda a Victor Raquel, editor da Fronteira do Caos, que explanámos e explicámos a origem, as características e os objectivos do projecto. No mesmo ano os «Mensageiros…» proporcionaram outra experiência inolvidável: na Feira do Livro de Lisboa alguns dos seus autores reuniram-se junto do espaço da editora Gradiva – que então distribuía os livros publicados pela FdC – para uma sessão de autógrafos e de agradável convívio. Em contraste previsível, foi muito desagradável a «recensão», ou série de «recensões», de Jorge Candeias aos contos que integram o livro. Inevitavelmente, respondi aos ataques indecorosos do «tormento do Barlavento», tanto a um nível geral como a um nível particular, aqui respeitante, obviamente, ao meu conto «Segundo Ultimatum Futurista», que o «poltrão de Portimão» se atreveu a (des)classificar ridiculamente, imagine-se, de «fascista». Entretanto, uma das «previsões» contidas no meu trabalho parece ter encontrado como que uma «confirmação» em 2014; porém, em 2017, ano em que a acção do mesmo se desenrola, praticamente (e felizmente?) nada do que eu tinha «antecipado» se tinha concretizado.
Enfim, e no que acabou por constituir também uma consequência, gratificante e assaz inesperada, da elaboração e da edição de «Mensageiros das Estrelas», eu e Luís Filipe Silva fomos convidados pelo Centro de Estudos Anglísticos para dar uma aula (cada um) aos alunos da licenciatura em Línguas, Literaturas e Culturas do ano lectivo 2016-2017 da Faculdade de Letras; a do Luís, dada a 4 de Abril, teve como tema «Steampunk», e a minha, dada a 11 do mesmo mês, teve como tema «O fantástico é o género dominante na literatura portuguesa», e aproveitei-a para reafirmar e desenvolver a tese que propus no meu artigo com idêntico tema publicado no Público em 2011. Então como hoje, sempre, há que aproveitar toda e qualquer oportunidade para espalhar a «mensagem» da qualidade, relevância e superioridade da FC & F.