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Amun seguiu os amigos até ao Inferno para ajudar a libertar Legião, mas a viagem deixou sequelas. Agora, novos demónios habitam o seu interior e não parece haver forma de os controlar. É por isso que, viajado por anjos, permanece encarcerado até que os seus amigos encontrem uma improvável solução que não exija a sua morte. Essa solução, contudo, surge de forma inesperada, quando Haidee, uma caçadora capturada por Strider, entra no quarto de Amun e, confundindo-o com o seu namorado, tenta protegê-lo. É que também ela não é completamente humana e, sem que ninguém saiba porquê, parece ser capaz de controlar os demónios que atormentam Amun.
Seguindo essencialmente no mesmo rumo dos volumes anteriores, também este livro tem como centro o romance entre o casal protagonista. Aliás, há, inclusive, um menor desenvolvimento dos elementos para lá do parte romântica, uma vez que a acção dos Caçadores parece ser menos intensa e a presença de Haidee leva a que os amigos de Amun se afastem da fortaleza. Há alguns momentos, claro, com a situação de Strider a preparar terreno para a sua própria história ao mesmo tempo que serve de base para questionar a forma como o romance de Amun pode abalar a sua relação com os amigos. A sua história é, ainda assim, claramente secundária, mesmo tendo em conta algumas revelações interessantes.
No que toca à relação entre os protagonistas, o mais interessante começa por ser o mistério em torno de Haidee. O contacto inicial entre ambos nasce de uma certa confusão, que leva a alguns momentos de estranheza, em que o cada um sabe, não sabe ou pensa que o outro sabe cria situações um pouco forçadas. A evolução dos acontecimentos faz com que isto se atenue, não só porque a história de Haidee vai sendo relevada – e tem alguns traços bastante interessantes – , mas também pela forma como, após alguns momentos mais repetitivos, a sua relação se torna mais intensa, com o regresso ao Inferno e os seus diferentes reinos a servir de factor de tensão, abrindo caminho para um final de maior intensidade e com uma força emocional de que, por vezes, se sente a falta nos primeiros capítulos.
Envolvente e de leitura agradável, mas com alguns momentos forçados e uma certa estranheza no início, este é, assim, um livro que fica um pouco aquém dos anteriores. Ainda assim, as várias revelações interessantes e uma evolução que conduz o enredo para um final bastante bom, acabam por tornar a história cativante, deixando curiosidade em ler os livros seguintes. Gostei, portanto.
Em 1975, o britânico M. John Harrison publicou The Centauri Device, uma space opera escrita com o propósito de subverter as convenções do (sub)género. Para todos os efeitos, Harrison foi bem sucedido na subversão – mas aquele que hoje considera ser o seu pior romance tornou-se na pedra angular da space opera moderna, que autores como Iain M. Banks e Alastair Reynolds desenvolveram a partir dos anos 80, influenciados por aquele futuro gritty, com o seu protagonista improvável e com a sua trama ambígua e desconcertante.
Mas o percurso de Harrison começa muito antes de revolucionar a space opera. Publicado pela primeira vez nas páginas da New Worlds de Michael Moorcock em 1966, deu um contributo inestimável para o movimento “New Wave”, que viraria a ficção científica do avesso no final dos anos 60. De autor publicado passou a colaborador regular, crítico e editor. Em 1971 viu publicado o seu primeiro romance, The Commited Man – e no mesmo ano publicou ainda The Pastel City, título de abertura da série Viriconium e hoje um clássico da fantasia literária. A Storm of Wings, de 1980, e In Viriconium, em 1982, deram continuidade a este universo ficcional – e a colectânea Viriconium Nights, de 1985, reuniu boa parte dos contos nos quais Harrison explorou outras facetas de Viriconium. Após longo interregno, regressou à ficção científica em 2002 com Light, primeiro livro da trilogia Kefahuchi Tract; seguiram-se Nova Swing em 2006 e Empy Space em 2012.
Michael John Harrison nasceu em Rugby, no Warwickshire (Reino Unido) em 1945, e celebra hoje o seu 69º aniversário.
Continuando no ponto onde terminou a primeira parte desta opinião, o conto que se segue é After the Blood, de Marjorie M. Liu. O cenário é um mundo alterado por uma epidemia que matou milhões, e, em particular, uma pequena comunidade cujos habitan…