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Muito pessoal e centrado nos sentimentos do sujeito poético, com ênfase no amor, este é um livro que se define por um estilo de poesia relativamente simples, indo buscar à realidade exemplos concretos para dar voz a emoções individuais. É, também, um conjunto que evoca, por vezes, os principais problemas da sociedade, sempre de uma perspectiva pessoal e relativamente simples, mas reflectindo ideias e pontos de vista concretos sobre o assunto. Sem grandes elaborações a nível de linguagem, e simples na estrutura, é, por isso, a nível do impacto emocional e de algumas imagens mais fortes que se encontra o mais cativante deste conjunto de poemas.
Sem grandes imposições a nível de forma dos poemas, há, ainda assim, em quase todos, uma maior ou menor insistência na rima, o que, nalguns casos, resulta bastante bem, enquanto que, noutros, parece limitar a expressividade do texto, tornando-o um pouco forçado. É esta tendência para a rima, aliada à utilização de versos curtos, que torna os poemas tão simples, deixando, por vezes, a sensação de algo que fica por dizer. Por outro lado, há também poemas em que essas relativas brevidade e simplicidade se adequam na perfeição ao conteúdo, sendo mais evidentes nos textos mais pessoais, em que o concreto cede lugar ao sentimento. São esses, aliás, os poemas mais interessantes do livro.
Apesar do registo bastante pessoal, sente-se, na linha de sentimento que é comum a todos os poemas, algo de comum e de familiar, que os torna fáceis de compreender. O amor e a perda, a saudade, a contemplação ante o que falta e a revolta ante certos dramas do mundo, são comuns a muitos, ainda que com diferentes formas de expressão. Esse olhar sobre a realidade, pessoal e baseado na emoção, mas consciente do mundo em volta, é também parte do que cativa nestes poemas, ainda que sejam os sentimentos – mais que a breve narração de acontecimentos que parece caracterizar alguns dos textos – o seu maior ponto forte.
Simples e relativamente breve, este é um livro que se lê em pouco tempo. Por vezes, deixa sentimentos ambíguos, ficando a impressão de que alguns dos poemas roçam apenas superficialmente temas que poderiam ser mais aprofundados. Ainda assim, há um interessante equilíbrio entre a evocação de imagens do concreto e a expressão dos sentimentos pessoais, que faz com que, mesmo com as limitações impostas pela rima e a excessiva simplicidade de alguns momentos, a leitura nunca deixe de ser agradável. São, por isso, os pontos bons que ficam na memória. Gostei de ler.
Cenário de conversas familiares e de tragédias causadas, talvez, por distracção, a Casa de São Cláudio é também o refúgio de Saulo e o foco dos seus planos e projectos. Através do tempo, permanece, apesar das dificuldades, graças aos esforços dos que nela vivem e trabalham. Mas é também um pretexto para recordações e explicações – de planos e de processos, tanto como de crenças e de ideias. Esta história é, pois, mais a de um lugar que a de um homem. Desse, apenas partes são dadas a conhecer.
Os pontos mais positivos deste livro resumem-se em dois aspectos: uma ideia base com algum potencial e a exposição de muita informação interessante sobre temas tão diferentes como a produção agrícola e a astronomia. A ideia de caracterizar a vida rural através do quotidiano de uma quinta abre muitas possibilidades a explorar, tanto a nível das rotinas e das dificuldades da produção como no que respeita ao contexto político e social ao longo do tempo, o que criaria, desde logo, um cenário interessante para a história dos protagonistas. Além disso, a tal informação sobre métodos e complicações – e até mesmo as conversas sobre assuntos que nada parecem ter a ver – poderiam acrescentar ainda outros pontos de interesse ao rumo da narrativa.
Infelizmente, a concretização fica aquém das expectativas. Em termos formais, não há nada a apontar, no que diz respeito à escrita, mas a narração nunca chega a cativar. Primeiro, devido às longas exposições de informação, primeiro através de diálogos bastante forçados, depois nas longas divagações das personagens. Depois, devido à dispersão com que as ideias são apresentadas. Não há uma linha temporal definida e as personagens parecem divagar entre diferentes épocas, sem uma razão que explique essas mudanças temporais. Além disso, ainda que Saulo pareça ser o protagonista, nem ele tem uma história completamente definida. Os projectos que surgem no início parecem desaparecer sem que o seu avanço seja apresentado ao leitor e o mesmo acontece com as experiências do seu passado. Além disso, parte da informação desenvolvida não tem assim tanta relevância para a possível história do suposto protagonista, servindo apenas – e por mais interessante que possa ser – para gerar mais confusão.
A impressão que fica deste livro é, portanto, a de uma boa ideia que podia ter sido muito mais, mas que, entre as longas dissertações sobre os mais diversos temas, a divagação entre diferentes épocas e diferentes personagens e o pouco desenvolvimento das ditas personagens e dos acontecimentos que as afectam, acaba por se dispersar por demasiados aspectos. A história do protagonista, essa, quase se perde entre tudo isto. E é isso o que realmente falha neste livro.