Arquivo do mês: Agosto 2015
É com muita alegria que trazemos este maravilhoso passatempo de celebração dos 600 Gostos na nossa página do Facebook com a Parceria do querido Filipe Vieira Branco. O nosso MUITO OBRIGADO! Edição/reimpressão:2015 Páginas: 112 Editor: CAPITAL BOOKS ISBN: 9781508910138 Sinopse: Tomé é um adolescente preso em casa, pelo seu próprio pai, que o mantém acorrentado […]
Boa Noite. Como mencionado no Post anterior, as entradas foram poucas… e as que vieram foram graças à generosidade das nossas parcerias e prendinhas! Vamos então ver? Lembram-se da iniciativa espectacular da Editora Dom Quixote? Pois é graças aos nossos amigos conseguimos os três :D Da Editorial Presença chegaram estes dois meninos. […]
Boa Noite a todos. Como já devem ter constatado não andamos tão presentes como era habitual. Pois é, as vidas dão muitas voltas e devido à nossa situação muito muito precária tivemos que mudar de casa. Foi e ainda está a ser (quase terminada) uma mudança longa que nos tirou tempo e energia. Sozinhos mudámos […]
(Uma adenda no final deste texto.) Não sou um adepto incondicional da máxima «antes falar mal de mim do que não falar»… ou de outra das suas diversas variantes. Mas o conceito, a ideia, é indubitável: a má publicidade é sempre preferível à inexistência de publicidade. No caso de «A […]
O Mar Infinito – A 5ª Vaga – Livro 2 Rick Yancey Título Original: The Infinite Sea Tradução: Miguel Romeira Páginas: 272 Coleção: Via Láctea Nº 123 ISBN: 978-972-23-5588-9 Código de Barras: 9789722355889 Segundo volume da trilogia A 5.ª Vaga. Com a espécie humana quase extinta e com a quinta vaga em marcha, Cassie Sullivan […]
É com muito entusiasmo que mesmo em plena mudança de casa vos trago esta novidade! Data de Publicação: 19 Agosto 2015 Half Wild – Entre o Humano e o Selvagem Sally Green Título Original: Half Wild – The Half life Trilogy Tradução: Catarina Gândara Páginas: 336 Coleção: Via Láctea Nº 124 PREÇO SEM IVA: 15,94€ […]
Desvendar um projecto novo. Porque, como se não bastasse o desafio de incentivar a escrita do género Fantástico (cá na casa, preferimos a variante científica e democrática, que de magos embirrentos já estamos fartos), lembrámo-nos de juntar aquele erotismo que vai além de fricções e misturas. Para desnudar aqui e acompanhar com particular atenção estes presentes e futuros ensinamentos.
Eros. Eros move a existência. Eros é aquele que procura o futuro, negando a morte, revoltando-se contra o império do oblívio, da decadência e do fim. Eros adorna os gestos e intenções sublimadas. Eros sustenta cada propósito individual e colectivo. Eros é um mar que invisivelmente cobre e enche os outros mares que nos conduzem. Eros está em cada pessoa e também em nenhuma. Eros não existe, excepto quando se deixa ver. Eros é, afinal, a contradição de si mesmo. Eros, procurando a vida, necessita do fim. Do fim breve e curto, sendo Eros eterno e perene, brilhando em paixão lenta mas consumindo-se numa explosão finita. Eros é o sexo e a promessa do sexo e a negação do sexo. Eros precisa do esquecimento para sobreviver, e revoltando-se, como se revolta, contra a decadência, também nela encontra sustento. Eros é sobrevivente exímio, predador e presa, paradoxo completo que se manifesta no colectivo, desde que seja um colectivo feito de indivíduos.
Eros não habita os animais. Eros não habita o animal que habita o humano. Eros é uma função narrativa, efeito secundário das histórias, sombra das curvas matemáticas, a volúpia das palavras escolhidas a preceito que se destinam a evocá-lo. Eros, deus-demónio-mor, não se digna aparecer sem o devido encantamento. Sem os ritmos lânguidos ou o pavor excitante ou o canto doce e suave do porto seguro. Eros despe-nos de máscaras sem garantia de devolvê-las – logo ele, Eros, que é mestre dos disfarces:
Eros Anunciata
A virgindade que se anseia perder. O amante longínquo que não telefona, que pertence a outra pessoa, que hesita. Aquele e aquilo que nos faz sonhar. O prazer que há-de vir e quebrar a monotonia. A promessa de uma aventura, com todos os seus perigos. O segredo em tudo isto. O amor que é só nosso, intenso e luminoso como o sol do meio-dia numa vida cheia de nuvens. Os amantes que se escondem do regime opressivo, do Estado, dos pais, da norma. Pensar no êxtase jovem, em crescimento, que pode habitar pele velha. Tudo é positivo e possível, a este Eros. Tudo é romance.
Eros Asfixia
Este é o Eros das relações sufocantes. Dos maridos abusivos, dos pais dominadores, do parceiro que castra, espezinha, ridiculariza, destroi sem consentimento. O Eros das violações, da imposição pela força, da violência insana, da subjugação interminável, da escravatura pelos Antigos, da perda do eu ao encontro do nada. E não acaba, não acaba, não acaba...
Eros Continuum
Não tem fim nem começo porque é o Eros do mundo quântico, que une partículas e as repele, forma estruturas complexas, dá alento a tudo o que se conhece. Eis o Eros que sustenta feitos grandes por heróis pequenos, que ama e que despreza, que canta e encanta e se desencanta, voando entre paixão e amor e flirt. Quebra corações por onde passa, sempre com o olhar na próxima conquista, impulsionado pela insatisfação como quem, caindo, dobra as pernas em preparo do pulo seguinte. Faz amor antecipando a próxima vez em que fará amor. Repete palavras sedutoras em jeito de ensaio permanente para o grande espectáculo que nunca mais chega. Este Eros apenas se deixa aprisionar por uma força maior do que ele. Um feito tão improvável que, quando acontece, origina ondas de choque que trespassam as eras e fica marcado na História.
Eros Extravaganza
Não se consegue saciar este Eros. Não se consegue aplacá-lo com raças, cores, texturas, fisionomias, contornos. Prometendo-se diversidade, quer o específico. Oferecendo-se o específico, procura o volátil. Tenta o prazer e a dor, o carnal e o imaterial, a segurança do familiar e a ansiedade do desconhecido. Vive pelo prazer e para o prazer, não o absoluto, mas o concreto, o que fica na memória, o que se testemunha, o que deixa marcas na pele. Angustia-se e escreve memórias sobre a sua angústia enquanto planeia conciliar encontros com diferentes amantes. Atrai-o quem lhe oferece a diferença, aquilo que lhe falta experimentar, o que tem ainda de descobrir em si mesmo. Há uma grande dose de onanismo em si, mas até de si se enfada rapidamente.
Eros Imprimatur
O Eros da aceitação social, colectivo, público. O Eros do casal, e o que o casal faz, todos vêem. O que lhe acontece, todos discutem. É o Eros do noivado, do casamento, dos filhos, da casa suburbana, do emprego de escritório, da crise de meia-idade, das esperadas mas pequenas traições. O Eros da glória e do enfado, construido com escolhas e esforço, uma vida na posição do missionário. O mais pacífico e, nos momentos inesperados, o mais explosivo.
Eros Vulgaris
Este Eros anuncia-se à distância. Vem de chinelos nos pés e charuto na boca, a berrar conquistas e suar de insegurança, alto, vibrante de energia e coberto de caracóis na peitaça, enquanto crianças e cães correm e riem ao seu redor. Livre de mal-entendidos e concepções fantasiosas, tem pele translúcida que tudo deixa ver, ambições limitadas mas bem definidas, e, quando joga, calha-lhe sempre a mesma cartada. Seguramente que nunca protagonizou os teus sonhos amorosos, mas, de quando em vez, em ocasiões bem determinadas, é desta leveza que precisas. Mas ai de ti se te faltar coragem ou lucidez, pois acordarás quarenta anos depois com ele, ainda, sempre, ao teu lado.
Eros Transcendentia
O amor sem agentes, sem falas nem protagonistas, longe de audiências, que não precisa de palco nem cortinas nem da ajuda do ponto. O amor sem carne nem figura, nem tempo, nem local. O amor tão puro e impossível de alcançar, porque começa e termina em si mesmo, em puro sentimento, em abstracção alquímica. O amor autista por não precisar do Outro. O amor auto-fágico. Eis o Eros mais raro de todos, de mais breve existência, e também o mais valioso. Anos de preliminares não garantem o seu aparecimento. É preciso transpôr o Além, abnegar-se do familiar e do preconceito, esquecer o humano. Deus brinca às escondidas connosco, fugindo do nosso olhar e compreensão a vida inteira, excepto durante um breve segundo, não anunciado, inesperado, em que se mostra. Um segundo rápido que logo se esvai. Em que estaremos distraídos. Em que o impuro estará distraído. Mas vê-l’O, vê-l’O!... há-de compensar o sacrifício de tanta dedicação.
Até 31 de Dezembro.