Um post casual nas redes sociais, feito por um astrónomo amador com visão apurada, levou à descoberta de uma colisão explosiva entre dois planetas gigantes num sistema espacial distante, a 1800 anos-luz da Terra.
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Leituras. Comentários sobre livros recentes (repletos de parêntesis):
Eu Mato Gigantes, de Joe Kelly e J. M. Ken Niimura, lançado pela Kingpin Books, que opta pela estranha opção de um título bilíngue na capa, embora o miolo se encontre em português europeu. Necessidade de chamar a atenção a um público seguidor dos lançamentos e destaques internacionais? Bem, felizmente tais pormenores não comprometem uma história de crescimento e descoberta adolescente, contada a preto-e-branco com um traço económico inspirado em (mas não totalmente fiel a) estilos manga. Barbara, a rapariga cujas bizarras bóinas (?) com orelhas de coelho narrativa e personagens secundárias aceitam sem questionar, mais corajosa que a sua esquálida figura faria supor, com resposta pronta na língua (e ausência de bofetadas correctivas, o que nos indica estarmos perante uma «educação moderna»), anda pela escola a berrar a colegas e professores que mata gigantes, uma afirmação arrojada que não se ouvia na banda desenhada nem na animação desde os tempos da Disney.
A verdade é que gigantes parecem existir na sua vida, em particular aquele que vive no andar de cima (a classe média americana, recorde-se, não habita em apartamentos como os europeus) e de quem não se fala – e tão pouco dele se fala que as legendas saem riscadas (é um efeito minimalista mas eficaz). Barbara, tratando-se de uma adolescente mestre em jogos de tabuleiro (também aqui encontramos uma possível leitura de intervenção contra os estereótipos femininos na BD), vai passar pelos inevitáveis contratempos de integração social e bullying (nada mais cativa os geeks do que descreverem-se como vítimas, mas fica a pergunta: e isto não é também um estereótipo?), ao que não ajuda o seu conhecimento enciclopédico sobre gigantes.
Os autores conseguem estabelecer um clima de mistério e revelação gradual muito eficaz, em grande medida ajudado pela sugestão de um terror inominável que coexiste com a placidez de uma terreola de província e é capaz de suplantar o abuso diário, físico e emocional, que recebe dos seus conterrâneos. Barbara não é rapariga para se assustar facilmente, pelo que aquilo capaz de assustá-la se torna verdadeiramente perturbante no contexto da narrativa. É assim uma pena que o momento de revelação opte por uma interpretação simbólica desse terror e o inscreva numa circunstância de vida (nem por isso menos atemorizante, mas já fora do reino do Fantástico) comum a quem é ou foi filho. O acto final perde força, e só o carisma de Barbara, por quem nos afeiçoámos nos dois primeiros terços, é realmente o motivo para termos continuado (pois queremos saber se vai acabar bem).
Os espiões lá de cima Mais um lançamento americano secreto. Desta vez feito pela United Launch Alliance (uma associação entre a Lockheed e a Boeing para proceder a lançamentos pagos pelo governo americano). Trata-se de um satélite de reconhecimento (vu…
O número 325 da revista Asimov’s, já com bastantes aninhos em cima (é de 2003) mas que só agora li, está muito longe de ser dos melhores. Na verdade, é bem capaz de ser a pior Asimov’s de sempre para as minhas papilas gustativas literárias. Norm…
O original em inglês pode ser encontrado em: http://www.tor.com/blogs/2011/10/bruno-aciolly-creator-of-the-brazilian-conselho-steampunk
É um fato inegável no fandom brasileiro: jamais houve força tão poderosa e extensiva como o SteamPunk naquelas paragens. O estravagante exército de corsets-e-goggles com sua inebriante variedade de geringonças à vapor definitivamente conquistou os corações e mentes de fãs e escritores.
Depois de quase quatro anos …