Esta Pretendia Ser uma recomendação diferente, mas a realidade, como sempre, enrola-nos e lança-nos para o lado. A imprensa divulgou ontem o falecimento de Frank Frazetta, que o João evoca especialmente no seu blogue. Desenhador de BD e ilustrador de inúmeras capas de Ficção Científica e Fantasia, com particular destaque para o trabalho que acompanharia as reedições de Tarzan e Barsoom, Frazetta tornou-se num sinónimo da imagem fantástica, repleto de heróis musculados, heroínas voluptuosas e monstros disformes no auge da batalha. De Frazetta, e que eu conheça, não existe nenhum álbum publicado em Portugal, o que espero seja corrigido brevemente. A minha recomendação segue assim o espírito e não o autor.
Fantasy Art Now é uma recente edição da Editorial Estampa organizada por Martin McKenna. Recolhe trabalhos modernos de ilustração de vários autores internacionais, que podem ter adornado capas de edições portuguesas. A organização é por temas, e as imagens surgem de forma ampla, com suficiente detalhe e destaque para uma apreciação demorada. Não dispondo neste momento do livro (trata-se de uma recomendação também para o crítico), não vos posso confirmar a lista de artistas que inclui (suponho que nenhum exemplo pela mão de Frazetta, se não surgiria destacado, seguramente, nas críticas estrangeiras) - e como não podia deixar de ser, a editora portuguesa é completamente omissa e negligente na promoção que dele faz, pelo que tenho de confiar nos sítios Web estrangeiros. Mas a edição é cuidada, os desenhos cativantes, e a Feira do Livro é uma excelente oportunidade para adquiri-lo com desconto. Em particular pelo incentivo que estarão a prestar à tradução e publicação nacional de livros sobre arte Fantástica; trata-se, afinal, de uma aposta arriscada e de um exemplo singular no nosso mercado.
Também entre nós existe uma (pequena) história de ilustrações originais para livros relacionados com o género, com particular destaque para o trabalho de Lima de Freitas na colecção Argonauta e Rui Ligeiro na Europa-América. Espero um dia poder ver uma colectânea comemorativa desses tempos esquecidos.