Uma antevisão do prefácio:«(...) Em 1961 surgia, no Brasil, a primeira antologia de ficção científica que recolhia os autores promovidos por Dorea, e sete anos mais tarde, em Portugal, Lima Rodrigues, em colaboração (involuntária?) com Robert Silverber...
Arquivo do mês: Outubro 2007
Uma antevisão do prefácio:«(...) Em 1961 surgia, no Brasil, a primeira antologia de ficção científica que recolhia os autores promovidos por Dorea, e sete anos mais tarde, em Portugal, Lima Rodrigues, em colaboração (involuntária?) com Robert Silverber...
Uma antevisão do prefácio:
«(...) Em 1961 surgia, no Brasil, a primeira antologia de ficção científica que recolhia os autores promovidos por Dorea, e sete anos mais tarde, em Portugal, Lima Rodrigues, em colaboração (involuntária?) com Robert Silverberg, editaria Terrestres e Estranhos, na qual se encontram contos fantásticos de Natália Correia, Dórdio Guimarães, Fernando Saldanha, Hélia, Luís Campos, Lima Rodrigues e Manuela Montenegro, a par com autores norte-americanos.
Já na década de 70, Natália Correia voltaria a incorporar a antologia (em dois volumes) Alguns dos Melhores Contos de Ficção Científica, editada por Romeu de Melo, onde também constava uma das colaborações deste.
Natália Correia, Romeu de Melo, Mário Henrique-Leiria (principalmente com os seus Casos de Direito Galáctico), Isabel Meireles (editora e tradutora de uma antologia de autores franceses de ficção científica), fariam parte de uma geração que, nas décadas de 60 e 70 procurou acentuar a chama do género, produzindo um conjunto de obras, essencialmente a nível do conto. Embora hoje estejam completamente ausentes das livrarias e da memória, no caso particular de Romeu de Melo, a sua obra destacou-se e foi alvo de estudo por parte de um catedrático americano («Doomsday, Flying Saucers, and the Golden Age in Six Stories by Romeu de Melo», por Timothy Brown, Jr.). Em paralelo, Roussado Pinto, Luis de Campos e outros, constituiam um grupo mais dedicado ao policial e à banda desenhada, mas cujas afinidades com o género, seguindo as pisadas da geração da revista Repórter X (onde se destacavam o editor Reinaldo Ferreira e Mário Domingues), não deixavam de existir.
E contudo, não é justo atribuir a estas gerações que trabalhavam na sombra e contra as opiniões de uma inteligentsia sobranceira (algo que é eterno e comum a qualquer das gerações de autores de literaturas alternativas), a grande responsabilidade por mais uma quebra da continuidade. Os editores tiveram também aqui um quinhão importante. Ou antes: a ausência de editores.
Porque, se no Brasil, [Gumercindo Rocha] Dorea criara um espaço para desenvolvimento de projectos literários, e em Espanha, [Domingo] Santos seguia-lhe as pisadas, em Portugal, onde a colecção Argonauta teria início coincidente com essas duas iniciativas e igual finalidade, o acolhimento de obras nacionais foi nulo — e mantém-se até hoje, numa época em que a colecção estrebucha num estertor de morte. Sem querer menosprezar a sua contribuição importantíssima para a divulgação da FC internacional, a verdade é que, nas centenas de títulos editados durante os cinquenta anos de actividade, não encontramos um único autor português, e só em 2006 é que uma brasileira, Márcia Guimarães (A Conspiração dos Imortais), consegue romper este impenetrável crivo editorial. Se o mesmo resultou de decisão consciente do director de colecção, ou se os manuscritos submetidos (porque decerto os haveria) simplesmente não eram considerados como tendo qualidade suficiente face às obras estrangeiras, é algo que se desconhece. Mas não deixa de ser sintomático, e pouco abonatório para a produção nacional, que nunca um português tivesse sido incluido na mais antiga e prestigiada colecção de FC do país, numa época em que o incentivo teria certamente produzido efeitos benéficos para o desenvolvimento do género. E por sinal, ou talvez por herança, quase todas as outras outras colecções que se viriam a impor durante a década de 80 seguiriam a política das portas fechadas — apenas uma ousou quebrar a tendência.Só com o surgimento, no final dos anos 80, de uma iniciativa ímpar no espaço nacional, a de um prémio bienal destinado a originais de ficção científica e fantástico — atribuido pela primeira vez em 1985, a par de um idêntico prémio para originais na área do policial —, e que daria azo ao início de uma colecção regular, dirigida pela mão de Belmiro Guimarães sob a chancela da Editorial Caminho, é que os autores portugueses encontrariam finalmente um espaço de acolhimento regular numa editora sólida e de prestígio.(...)»
Com o livro já em produção na gráfica, eis algumas informações adicionais: ISBN: 978-989-20-0887-5 Nº de páginas: 262Formato: trade paperbackVolume de palavras: 104 000Preço: 17 euros (ah, pois...)Preço por palavra: 0,01 cêntimos de Euro (vêem, até que...
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Com o livro já em produção na gráfica, eis algumas informações adicionais:
ISBN: 978-989-20-0887-5
Nº de páginas: 262
Formato: trade paperback
Volume de palavras: 104 000
Preço: 17 euros (ah, pois...)
Preço por palavra: 0,01 cêntimos de Euro (vêem, até que não é assim tão caro)
Índice:
- Luís Filipe Silva, Introdução: O Estranho Caso da Prospectória Amnésica
- João Ventura, Resíduos Sólidos Urbanos
- Wolmyr Alcantara, Oberon
- Yves Robert, Fome de Pássaro
- Octavio Aragão, Para Tudo se Acabar na Quarta Feira
- Jorge Candeias, Littleton
- Gabriel Boz, Digital Éden
- Telmo Marçal, O Pico de Hubert
- Carlos Orsi, Disse a Profetisa
- João Ventura, Assassinos de Sobreiros
- Carlos Patati, A Irmandade
- Sofia Vilarigues, O Nevoeiro que Desvendou Realidades
- Maria Helena Bandeira, Ponte Frágil Sobre o Nada
- António & Jorge Candeias, Deus das Gaivotas
- Carla Cristina Pereira, Xochiquetzal em Cuzco – Uma Princesa Asteca no Reino dos Incas
Já nos estágios finais de preparação, eis que nos surge finalmente a capa com que o livro se vestirá em público, com que irá a concertos, recepções, soirées de leitura, com que passará de mão em mão em longos halls repletos de vitrais, candeeiros persa...
Já nos estágios finais de preparação, eis que nos surge finalmente a capa com que o livro se vestirá em público, com que irá a concertos, recepções, soirées de leitura, com que passará de mão em mão em longos halls repletos de vitrais, candeeiros persa...
Já nos estágios finais de preparação, eis que nos surge finalmente a capa com que o livro se vestirá em público, com que irá a concertos, recepções, soirées de leitura, com que passará de mão em mão em longos halls repletos de vitrais, candeeiros persas e lânguidos canapés de reflexão.
A ilustração é do alemão Markus Vogt.
Com os contos praticamente revistos por todos os autores (atenção: quem não os entregar até quarta-feira deixa de ter oportunidade para efectuar modificações; também estão algumas biografias em falta), os últimos preparativos centram-se na maquetagem d...