O Fantas chegou a bom porto

Estava inicialmente previsto que a edição de 2021 – e quadragésima primeira – do FantasPorto decorresse entre Fevereiro e Março últimos. Porém, e devido, precisamente, ao persistente problema de saúde mundial que tarda em acabar, o festival deste ano acabou por realizar-se entre 26 de Abril e 4 de Maio. Como a organização afirmou e sublinhou em comunicado, «em 2020 o Fantasporto celebrou os seus 40 anos com uma grande festa. E escapou por um triz aos efeitos da pandemia que estava a começar em Portugal, e que levou depois ao primeiro confinamento que também fechou naturalmente teatros e salas de cinema. Na sua preocupação com a verdade do cinema em sala, o Fantasporto 2021 adaptou-se, como tinha de ser, adiando e até mudando excepcionalmente de local.» Isto é, mudou do teatro Rivoli junto à Avenida dos Aliados para a Ribeira e o Mercado Ferreira Borges, mais concretamente para «o icónico Hard Club, com a sua arquitectura industrial característica».

No que se refere ao palmarés, ou seja, aos prémios atribuídos neste ano de 2021, eles foram os seguintes, por decisão do júri internacional constituído pelos realizadores Christian Halman e Santiago Dellape e ainda pelo crítico Mika Helminen: Grande Prémio para Melhor Filme – «Suicide Forest Village», Takashi Shimizu; Prémio Especial do Júri – «The Trouble with Being Born», Sandra Wollner; Melhor Realização – «Post Mortem», Péter Bergendy; Melhor Actor – James D’ Arcy, «LX 2048»; Melhor Actriz – Thekla Reuten, «Marionette»; Melhor Argumento – Piros Zankáy, «Post Mortem; Melhores Efeitos Especiais – «O Cemitério das Almas Perdidas» Rodrigo Aragão; Melhor Curta-Metragem – «Abracitos», Tony Morales; Menção Especial do Júri – «Dar-Dar», Paul Urkijo Alijo. Foram ainda atribuídos prémios no âmbito da 31ª Semana dos Realizadores, distinguindo cineastas como Adam Rehmeier, António Borges Correia, Elbert Van Strien, Mile Nagaoka e Neil Marshall.

A edição de 2021 constituiu igualmente a ocasião para a apresentação do livro «FantasPorto 40 Anos – Uma História de Cinema», escrito por Beatriz Pacheco Pereira, co-fundadora (com Mário Dorminsky) do festival. Obra que passa em revista quatro décadas de dedicação ao cinema de ficção científica, fantasia e terror, incidindo sobre «os primeiros anos, os filmes, os cartazes, os seus convidados e mais ilustres visitantes, as descobertas de realizadores agora famosos, os oscarizados do festival, o pioneirismo da programação, as secções paralelas, o programa especial temático, a comunicação social que nos acompanhou, as histórias curiosas vividas nos bastidores, os participantes e os amigos que deram força ao projecto, as homenagens dadas e recebidas, os prémios, os troféus ao longo dos anos» e que representa «um elogio e um agradecimento aos milhares de pessoas que, em Portugal e no estrangeiro, no público ou como patrocinadores institucionais ou não, ajudaram a erguer o Fantasporto.» Um trabalho que, aliás, serviu de base a um documentário com o mesmo título, realizado por Isabel Pina, e exibido durante o festival deste ano.

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