Dantesco, pitoresco, pictórico

Teve início no passado dia 28 de Junho e terminará no próximo dia 16 de Setembro, na Biblioteca Nacional de Portugal: é a mostra «Un mirabile Inferno – Dante ilustrado por Amos Nattini». Segue-se a transcrição do texto alusivo no sítio da BNP:

«”Un mirabile Inferno – Dante ilustrado por Amos Nattini” é uma exposição de litografias, produzidas pelo pintor genovês Amos Nattini (1892-1985), sobre o livro “Inferno” do poema “A Divina Comédia”, de Dante Alighieri. As litografias em exposição ilustram os 17 primeiros cantos do “Inferno”, e fazem parte de uma monumental edição produzida por Amos Nattini, e de um volume específico, encontrado inesperadamente nos arquivos da Biblioteca Farnesina do Ministero degli Affari Esteri e della Cooperazione Internazionale, que terá sido doado pelo pintor ao então Subsecretário dos Negócios Estrangeiros, Dino Grandi, em 1927. O restauro do livro e das ilustrações foi possível graças ao trabalho do Istituto Centrale per la Patologia degli Archivi e del Libro (Icpal) e faz hoje parte do património da Biblioteca da Farnesina. Esta exposição, promovida pela Direzione Generale per la Promozione del Sistema Paese, dall’Unità di Analisi, Programmazione, Statistica e Documentazione Storica do Ministero degli Affari Esteri e della Cooperazione Internazionale (MAECI), quando passam 700 anos sobre a morte de Dante Alighieri, foi trazida à Biblioteca Nacional de Portugal com o apoio do Instituto Italiano de Cultura.»

Tem sido desde há 700 anos, e sem dúvida continuará a ser por tempo indefinido, uma permanente fonte de fascínio e de inspiração a obra maior da literatura italiana, que é também, simultaneamente, uma das maiores obras do género fantástico na história da cultura mundial – nesse aspecto estando ao mesmo «nível», ou na mesma «categoria», de «Os Lusíadas» de Luís de Camões, como tentei demonstrar em 2011 no meu artigo «A nostalgia da quimera». Um outro exemplo recente da influência e do impacto de «A Divina Comédia» é o livro de poesia « Eternamente Dante – Em Busca dos Infernos», de Sérgio Franclim, autor que conhecemos há cerca de 20 anos e com quem integrámos a colecção Bibliotheca Phantastica (ele com «O Último Maçon», nós com «Visões») coordenada por António de Macedo, e ainda as antologias colectivas de FC & F «A República Nunca Existiu!» e «Mensageiros das Estrelas». Foi editado no ano passado, ou seja, quando se assinalaram exactamente sete séculos sobre a morte do grande vate transalpino – efeméride que foi tema de uma conferência proferida por David Soares na mais recente edição (a de 2021) do Fórum Fantástico.

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