Ainda andam por aí bastantes «Buíças»…

ARepúblicaNuncaExistiu!

(Uma adenda no final deste texto.)

Não sou um adepto incondicional da máxima «antes falar mal de mim do que não falar»… ou de outra das suas diversas variantes. Mas o conceito, a ideia, é indubitável: a má publicidade é sempre preferível à inexistência de publicidade. No caso de «A República Nunca Existiu!», colectânea colectiva de contos de história alternativa publicada em 2008, por mim concebida, organizada, e participada juntamente com outros 13 autores, tal questão colocou-se – e coloca-se, porque estou a referi-la – com a série de «recensões» (uma por cada conto) escritas e publicadas, no seu blog A Lâmpada Mágica, por Jorge Candeias, série essa iniciada em Maio do ano passado e terminada em Maio deste ano…

… E, dados os meus passados «incidentes», os meus maus «antecedentes», com aquela pessoa, seria pouco provável que o livro em geral e o meu conto em particular viessem a ser objecto de uma abordagem positiva. O que se confirmou, como relatei aqui em Agosto de 2014, e há exactamente um ano (foi também no dia 19): havendo um preconceito ideológico e até pessoal, não é de esperar honestidade intelectual, isenção, justeza, na análise… que, de facto, não existiram. Porém, não fui o único a ser «atingido» (mas sobrevivi ;-)) por este «Buíça», um dos bastantes que por aí ainda andam a «atirar» contra aqueles que não sigam a sua «cartilha» politico-(est)ética. Com efeito, quase todos os outros autores foram alvo da «(sa)raiva(da)», e nestas «recensões» quase todos os «argumentos» e os seus opostos serviram: se o conto não estava mal escrito era o estilo a estar errado; tanto podia haver muita, demasiada, exagerada, informação como haver pouca; ou era um excesso de personagens reais em contextos imaginários ou era a narrativa ter pouco de história alternativa…

Perante isto, há que salientar sempre o seguinte: cada escritor que aceitou o convite fez o melhor que pôde no pouco tempo que teve… e eu estava lá para me certificar de que cada conto obedecia impreterivelmente aos dois pré-requisitos que defini no início: o regicídio de 1 de Fevereiro de 1908, tal como o conhecemos, nunca aconteceu; e Portugal nunca havia deixado de ser uma Monarquia. A partir daí, tudo dependeria da criatividade de cada um(a), e era minha função – e obrigação – respeitar e até reforçar essa individualidade, esse distintivo traço autoral de cada participante.

Ficam, no entanto, como registo, ou para quem for algo masoquista, as 14 «postas»: «Seis momentos em tempo real», João Aguiar; «Missão 121908», Luísa Marques da Silva; «O nome do rei», Bruno Martins Soares; «A lombada do Moleskine», Luís Bettencourt Moniz; «A marcha sobre Lisboa», Octávio dos Santos (sim, eu próprio, este vosso criado); «Primos de Além-Mar», Gerson Lodi-Ribeiro; «D. Amélia – Mini-peça em dois actos», Miguel Real; «O patriota improvável», Maria de Menezes; «Ao serviço de Sua Majestade», Luís Richheimer de Sequeira; «Esparguete à Carbonária», Alexandre Vieira; «A noite das marionetas», João Seixas; «A encenação», José Manuel Lopes; «Rei sem coroa», Sérgio Sousa-Rodrigues; «A rainha adormecida», Cristina Flora.

Agora, é esperar – sem grandes (favoráveis) expectativas, obviamente – pela opinião da dita cuja criatura sobre «Mensageiros das Estrelas»; o que, a avaliar pelo seu ritmo de leitura, não deverá acontecer antes de 2018…

(Adenda – Já tinha desistido de esperar pela «apreciação geral» específica, neste caso relativa a «A República Nunca Existiu!», que o «Tormento do Barlavento» costuma fazer a livros de contos depois de dar as suas «apreciações parciais» (em mais do que um sentido) a cada um daqueles. Mas, afinal, esse «balanço de conjunto» surgiu ontem… e, como seria de esperar, a verborreia (sectária) – que rima com «diarreia» (mental) – não se atenuou, o que aliás não era de prever nem é de surpreender. Não vou perder (mais) tempo e caracteres contestando as (mais recentes) inanidades de um imaturo… mas abro duas excepções: primeira, todos os contos presentes na antologia que eu concebi, organizei e que foi editada em 2008 são, obviamente, de história alternativa; segunda, não cabe a JC – nem a mim nem a qualquer outra pessoa considerada individualmente – «decretar» o que «ficará/rezará (n)a História» ou não.)